segunda-feira, 13 de julho de 2009

Em 1971 o Brasil vivia um momento "duro". Era época de ditadura; mais precisamente de "arrocho" de ditadura militar.
A sociedade estava amarrada e algumas de suas vozes estavam silenciadas. A música sofria! Caetano Veloso, uma dessas vozes amordaçadas, havia sido exilado e morava (deprimidamente) em Londres.
Sem referência geográfica, o baiano ia expressando suas angústias em canções cada vez mais tristes. Foi nessa época que ele compôs músicas como London, London e Irene.
Roberto Carlos, que completou, em 2009, 50 anos de carreira, mas já naquela época era o rei, "sacou" que precisava emprestar sua voz (a única que, talvez, estivesse acima das restrições impostas pela censura) a canções que representassem o discurso lúgubre da realidade da arte no país.
Ligou para Caetano, pediu uma canção.
O resultado é uma das obras primas do filho de Dona Canô: Como 2 e 2.
Poucas músicas conseguem transmitir com tanta intensidade e humanidade o que significa lhe proibirem de falar, lhe expulsarem de seu país, lhe afastarem de sua fámilia, de seus amigos; lhe impedirem de viver sua realidade; seja ela qual for.
Tudo isso na voz de um artista, que como poucos, ainda hoje, é símbolo do uma nação.
Naquele momento, com aquelas palavras e acordes, naquela voz, com aqueles personagens, a história de um país estava sendo escrita.

Veja Roberto Carlos e Caetano Veloso cantando Como 2 e 2

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