sexta-feira, 24 de julho de 2009

1994 é um ano importante para a história da música brasileira. Naquela data, pela primeira vez desde os anos 70 e o movimento tropicalista, a música com intenção e atitude - cujo rótulo mais comum (e adequado - na maioria dos casos) é rock, ganhava silhueta tipicamente brasileira.
Explodia alí o movimento manguebeat, cujo marco principal é o lançamento do disco "Da Lama ao Caos" de Chico Science e Nação Zumbi. Esta obra está completando 15 anos de lançamento. A partir daquele trabalho diminuia-se (quase eliminando-se) a contradição estilística entre o rock feito no Brasil (principalmente o dos anos 80 e 90) - profundamente ligado à referências culturais estrangeiras - e a música brasileira (que, desde sempre, teve referências culturais próprias).
O esteio dessa mudança (porque não dizer revolução) foi a cultura pernambucana, e sua tradição baseada na estética e tradição negras.
Ritmos como maracatu, frevo, samba e coco, misturados com expressões musicais mais modernas como rap, hip-hop e música eletrônica, foram os elementos desse calderão cultural revolucionário.
Como clama Chico Science no monólogo de abertura do disco "Da lama ao casos", foi preciso "modernizar o passado" para provocar uma "revolução músical" no presente.

Escute a canção A Praiera do disco "Da lama ao caos"

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